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Organizações de Direitos Humanos de Tocantins participam da Oficina Estadual Presencial do Projetos Sementes de Proteção

O evento de capacitação promovido pelo MEDHTO, CDHP e CDHC reuniu membros de 16 organizações.

Entre os dias 3 e 5 de junho, a Oficina do Projeto Sementes de Proteção reuniu defensoras e defensores dos Direitos Humanos na cidade de Palmas, Tocantins, para fortalecer os movimentos sociais e aprofundar a compreensão e o engajamento dos ativistas no território. O evento, promovido pelo Movimento Estadual de Direitos Humanos, Centro de Direitos Humanos de Palmas e Centro de Direitos Humanos de Cristalândia, contou com a presença de membros de 16 entidades associadas ao MEDHTO. 

O primeiro dia de evento contou com uma noite cultural com a participação de todos os participantes. No domingo, a terapeuta Monique Wermuthe realizou a palestra “Cuidado e autocuidado para Defensores de Direitos Humanos”, e o último dia um ato de encerramento em praça pública exigiu a defesa do meio ambiente e dos defensoras e defensores ambientais brasileiros. Importante lembrar que o Brasil é o 4° país que mais mata ativistas no mundo, segundo levantamento da ONG Global Witness.

A programação ainda contou com a eleição da nova diretoria do Movimento Estadual de Direitos Humanos do Tocantins, que é a entidade articuladora do Projeto Sementes no estado. O pleito reelegeu a coordenadora Maria Vanir, que na ocasião ressaltou a importância do projeto: “Estou muito agradecida pela confiança na recondução ao cargo e que a oficina do projeto Sementes de Proteção deu diretrizes para o MEDH nos próximos anos. Vamos continuar na defesa dos vulneráveis com sede de justiça que lutam pelos seus direitos humanos”, disse.


Durante os três dias de evento, a forte presença de jovens marcou as oficinas e, segundo a organização, fez juz ao nome do projeto – sementes. Co-financiado pela União Europeia, a iniciativa conta com a participação, na condição de associadas, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), da Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos (AMDH), do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).

A realidade de defensoras e defensores no Tocantins 

De acordo com o relatório da Global Witness, que consolida dados de 2020, foram registrados 227 ativistas dos direitos humanos e ambientais mortos naquele ano – uma média de mais de quatro pessoas por semana. Deste total, no Brasil e Peru 75% dos registros ocorreram na região da Amazônia, no norte do país, onde se encontra o estado do Tocantins. Deste modo, defensoras e defensores dos rios, das florestas e do cerrado ligados a entidades como a Pastoral da Terra, Movimento Indigena, Conselho Indigenista Missionário, Movimento Sem Terra, entre outros, enfrentam ameaças. 

Além disso, as organizações também oferecem apoio às vítimas de violações dos Direitos Humanos em casos em que o Estado não oferece o acompanhamento e a proteção necessária, como aconteceu no município de Miracema em fevereiro deste ano, em que seis pessoas, duas sob custódia das autoridades policiais, foram assassinadas. Os indícios apontam que os homicídios estejam interligados, uma vez que ocorreram após a morte de um policial em serviço. 

Neste e em outros episódios, o Movimento Estadual de Direitos Humanos do Tocantins e os membros da rede oferecem apoio e suporte jurídico para as famílias, mas, em muitas ocasiões, acabam por sofrer retaliações e graves ameaças.

Nesse sentido, o Projeto Sementes realiza um importante trabalho de proteção às organizações de Direitos Humanos e possibilitar a continuidade da luta.  

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