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Eunápolis realiza oficina presencial do Projeto Sementes de Proteção

Defensoras e Defensores de Direitos Humanos do sul da Bahia se reuniram entre os dias 29 e 31 de julho para debater estratégias de proteção, cuidado e visibilidade das lutas 

A cidade de Eunápolis fica situada no extremo sul da Bahia, região historicamente marcada por conflitos de terras e pela resistência indigena – sobretudo, Tupinambá e Pataxós. Hoje, os territórios dos povos originários enfrentam um cenário de múltiplas violências: policial, de milicianos, grandes fazendeiros, fundamentalistas religiosos, especulação imobiliária estrangeira, além do  crime organizado. Estes desafios foram o ponto de partida dos três dias de oficina presencial do Projeto Sementes de Proteção. 

O encontro teve o apoio organizacional do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que mobilizou lideranças indígenas – cacicas e caciques, vices-cacicas e vices-caciques, professoras indígenas e pessoas que estão na linha de frente dos conflitos em suas aldeias ou nas retomadas de suas terras. A oficina ainda contou com a presença de representantes das organizações: Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia (GTMN-BA); do Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH) e JUSOPULI. 

O primeiro dia teve início com uma mística realizada pelos indígenas presentes com cantos para os ancestrais e um culto aos encantados, seguida por uma análise de conjuntura e debate. Entre os presentes, estavam lideranças indígenas ameaçadas de morte, um cacique que já está no programa de proteção oficial, mas que na ocasião denunciou que não tem recebido nenhum tipo de assistência ou visita do poder público. De maneira geral, os representantes dos povos originários pediram ações mais concretas, inclusive dos movimentos dos direitos humanos, em relação à aproximação com as aldeias. 

No segundo dia, os participantes formaram dois grupos para discutirem e apresentarem suas considerações sobre os cadernos 1 e 2 do Projeto Sementes de Proteção. A programação foi encerrada com uma noite cultural. Na manhã seguinte, foi exibido o documentário sobre os 40 anos do MNDH. Como encaminhamento, será redigido um documento comunicando as necessidades e riscos vividos pelos povos e territórios indígenas do extremo sul da Bahia para os órgãos competentes, governamentais e da sociedade civil.

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