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Organizações do Espírito Santo participam da Oficina Estadual Presencial do Projeto Sementes

Nos dias 24, 25 e 26 de junho, mais de 50 defensoras e defensores dos Direitos Humanos de 33 organizações e movimentos sociais do Espírito Santo participaram da Oficina Estadual Presencial do Projeto Sementes de Proteção realizada pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos do estado (MNDH-ES). O encontro contou com uma forte participação de mulheres e representantes dos movimentos quilombolas, de luta pelo território e também de integrantes da defensoria pública, da Associação de Defensores Públicos do ES, e da Associação Juízes Pela Democracia, interessados no fortalecimento das entidades diante um cenário de aumento da violência e perseguições contra a sociedade civil. 

Paulo e Elisangela realizando a mística e abertura do dia.

O primeiro dia de evento contou a acolhida dos participantes e uma análise de conjuntura compartilhada que, dentre os destaques, ressaltou o aumento do feminicídio e transfeminicídio no estado, apresentado pela Organização de Mulheres do Espírito Santo. A conversa resultou na identificação de uma necessidade em comum: a construção de um lugar seguro de onde seja possível lutar e reivindicar direitos apesar da escalada da violência política, burocrática e policial que afeta a quase todas as entidades e movimentos presentes 

A destruição ambiental também foi denunciada pelos presentes, que lembraram que os impactos do rompimento da barragem em Mariana, efeitos que acendem um alerta para que os movimentos sociais intervenham para combater as arbitrariedades que possam ter ocorrido no processo de reparação social e do meio ambiente. Além disso, as eleições federais e uma possível troca de governo também foram colocadas em perspectiva. 

Apresentação dos grupos.

O 2º  dia da oficina foi marcado pela apresentação do Projeto Sementes de Proteção e Projeto Defendendo Vidas a possibilidade de capacitação para uma atuação em rede nacional baseadas na proteção popular e na pedagogia do cuidado. A programação ainda trabalhou os riscos, ameaças e proteções que as entidades e movimentos vivenciam, como é possível buscar defesa e reagir coletivamente. Para encerrar, uma noite cultural brindou os participantes com um momento de descompressão com música, dança e poesia.  

O último dia da Oficina Estadual Presencial do Projetos Sementes de Proteção focou na identificação de alguns desafios que as defensoras e defensores dos Direitos Humanos enfrentam no estado e como é possível trabalhar em rede. Cada movimento deixou suas sugestões e encaminhamentos para atuar de maneira mais articulada com outras entidades. Antes de voltar para casa, uma boa moqueca capixaba para encerrar um evento marcado pelo vigor e pela alegria. 

Ciranda com as crianças

Ameaça aos Direitos Humanos no Espírito Santo

Atualmente, um dos principais conflitos no estado envolve a comunidade quilombola do Angelim II, um dos mais de 30 quilombos dentro do Território Quilombola Tradicional do Sapê do Norte, localizado entre os municípios de Conceição da Barra e São Mateus. O território, que guarda uma nascente que abastece a região e é morada de mais de 100 famílias, enfrenta invasões por empreendimentos de monocultura de eucalipto por parte de uma empresa de celulose. Como consequência da desertificação da região para a produção, os habitantes enfrentam a falta d’água. 

Com plantação de alimentos e árvores nativas para iniciar a recuperação do solo, nascentes e lagoas degradadas por décadas de deserto verde, a comunidade  exige do Estado proteção ao seu território tradicional. O Movimento Nacional dos Direitos Humanos do Espírito Santo apoia o movimento contra as violações, realizando um acompanhamento, visitando o território, famílias e lideranças, além de participar de reuniões e comissões sobre a questão. 

Confira imagens da oficina:

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